Promover a digitalização da indústria portuguesa

O termo “Indústria 4.0” tem vindo a ser utilizado na Europa para denominar uma quarta revolução industrial, que consiste na fusão de métodos de produção com tecnologias inovadoras de informação e comunicação. Impulsionada pela digitalização da economia e da sociedade, esta revolução é possível graças a “sistemas ciber-físicos” inteligentes e interligados que permitem que pessoas, máquinas, equipamentos, sistemas logísticos e produtos comuniquem e cooperem diretamente uns com os outros.

A iniciativa “Portugal i4.0” foi lançada pelo Ministério da Economia com vista a identificar as necessidades do tecido industrial português e orientar medidas (públicas e privadas) que permitam:  

1. Acelerar a adoção das tecnologias e conceitos da Indústria 4.0 no tecido empresarial português;

2. Promover empresas tecnológicas portuguesas a nível internacional;
3. Tornar Portugal um polo atrativo para o investimento no contexto Indústria 4.0. 


Nesta iniciativa, mais de 100 empresários e instituições relevantes em Portugal—que, numa primeira fase, se organizaram em grupos de trabalho nos setores Automóvel, Moda e Retalho, Agroalimentar e Turismo—colaboraram para o desenvolvimento das medidas hoje anunciadas.

As estimativas feitas pelo Governo para o impacto das medidas são ambiciosas. Prevê-se que “mais de 50 mil empresas” a operar em Portugal sejam envolvidas e que “até 4,5 mil milhões de euros” de investimento seja injectado na economia. Um investimento desta magnitude, a concretizar-se, corresponde a 4,3% do total do investimento realizado em Portugal durante os quatro anos decorridos entre 2012 e 2015.

“No total, obviamente que grande parte deste investimento será feito pelas empresas, pela indústria, pela colaboração de empresas de setores industriais e ‘startups’ digitais, o que se prevê é que nos próximos anos haja mais de 2 mil milhões [de euros] de investimento em Portugal em inovação dirigida à área de digitalização da indústria, da digitalização das atividades”, acrescentou Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia.

Uma das medidas a apresentar chama-se “Acções de Formação para Empresários”. A ideia é que, para as empresas estarem preparadas para as mudanças, é preciso que os seus trabalhadores tenham as competências técnicas necessárias, nomeadamente ao nível dos seus quadros técnicos e de gestão, para além dos próprios empresários.

A apresentação da estratégia decorrerá em Leiria e contará com as presenças do primeiro-ministro, António Costa, do ministro da Economia, e do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos. No evento será assinado o protocolo de cooperação entre o Governo e a COTEC Portugal.

Texto parcialmente editado com base nos artigos do Observador e do Público.