SMART CITIES
City as a Service?

City as a Service?

As cidades estão a ficar cada vez mais inteligentes. Internet of Things e 5G são apenas duas das tecnologias que estão a potenciar soluções mais inteligentes para as cidades e para os seus habitantes

O Merriam-Webster define cidade como “um lugar habitado de maior tamanho, com mais população ou com mais importância do que uma vila ou uma aldeia”. No entanto, não há um consenso sobre o que é uma cidade inteligente, ou uma smart city, indicam Alina Margolina, Project Manager do H2020 Project inteGRIDy no Smart City Innovation Lab, e René Bohnsack, Professor na Católica Lisbon e Diretor do Smart City Innovation Lab.

O Smart City Innovation Lab (SCIL) vê uma cidade inteligente como “uma cidade que utiliza tecnologias IoT e espírito empreendedor para permitir o crescimento das cidades e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”.

Uma cidade inteligente é, nada mais nada menos, do que uma agregação de soluções que tentam lidar com os principais desafios urbanos e sociais das cidades. Esses desafios podem ser de várias ordens, como o congestionamento de tráfego, a gestão de resíduos ou a monitorização da qualidade do ar, por exemplo.

Investimento a crescer

A Navigant Research lançou o seu 'Smart City Tracker 2Q19' onde analisou 443 projetos de 286 cidades de todo o mundo e concluiu que os projetos demonstram um impulso generalizado e contínuo para colocar a inovação no centro das estratégias urbanas.

Os municípios querem que as suas cidades sejam cada vez mais inteligentes. A estimativa da Navigant Research é que as receitas do mercado global de tecnologia de smart cities cheguem aos 97,4 mil milhões de dólares este ano. Em 2028, o valor gasto nestas tecnologias deverá atingir os 263 mil milhões de dólares, contabilizando uma receita cumulativa expectável perto dos 1,7 biliões de dólares.

Implementação da tecnologia

Tiago Andrade, Diretor Comercial da Compta, explica que um projeto de smart city tem de garantir a sensorização, a conexão e a orquestração. “Vemos cada vez mais investimentos nestas primeira e segunda áreas”, refere. As soluções que estão a ser feitas utilizam cada vez mais tecnologias como Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e Machine- -to-Machine (M2M), complementados por “tecnologias agregadoras que transformam dados em informação e que posteriormente facilitam a tomada de decisão”.

Neste sentido, Margolina e Bohnsack referem que já existem muitas aplicações IoT à nossa volta que tornam conceitos como “smart home, smart grid e saúde conectada numa realidade”.

Conceitos como Big Data e Inteligência Artificial (IA) também terão um papel cada vez mais importante no desenvolvimento das cidades inteligentes. A IA pode “ajudar os decisores municipais de muitas maneiras e a um nível completamente novo”, referem Alina Margolina e René Bohnsack. Estas utilizações podem passar pela identificação de como as cidades funcionam e onde as otimizações são necessárias para melhorar a segurança dos cidadãos. Tiago Andrade é da opinião que Big Data e IA desepenham um “papel fundamental” na gestão das cidades inteligentes. Depois, o próximo passo são as “cidades cognitivas”, onde os sistemas de inteligência artificial “serão usados para garantir ainda uma melhor gestão dos recursos integrados de uma cidade”.

5G e IoT

O 5G ainda só agora está a chegar. Só agora é que estão a ser instaladas as primeiras antenas e os primeiros equipamentos de consumo habilitados para esta tecnologia vão a chegar ao longo do ano. No entanto, o 5G tem o potencial de revolucionar as cidades inteligentes.

Um white paper da Accenture dedicado ao tema das cidades inteligentes e 5G explica que a conectividade e a capacidade de computação que são possíveis através da próxima geração de infraestrutura de redes sem fios vão levar o poder das soluções para os municípios e tem o potencial de “transformar as economias locais”. No mesmo documento, estima-se que o impacto do 5G possa resultar num investimento de 275 mil milhões de dólares, mais de três milhões de empregos criados e um impacto positivo de 500 mil milhões de dólares no produto interno bruto. Estes números, no entanto, dizem respeito apenas aos Estados Unidos.

Por outro lado, a IoT já é utilizada nas cidades inteligentes em todo o mundo. A combinação de ambas as tecnologias vai melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Tiago Andrade explica que a combinação de 5G com IoT pode ajudar a mitigar algumas limitações que se sentem atualmente, “nomeadamente em termos de autonomia de bateria”, para além da mais óbvia melhoria em termos de conexão, “especialmente em sensores que se encontram instalados no subsolo”.

“Estas duas alavancas, por si só, já são aceleradoras para que a tecnologia se massifique, uma vez que podemos ter mais sensores ligados com um menor consumo, maior cobertura e maior capilaridade”, refere Tiago Andrade.

Os representantes do SCIL indicam que “a crescente dependência de smartphones e outros dispositivos conectados, bem como a disseminação de aplicações IoT, criaram uma necessidade para o 5G”.

As soluções de cidades inteligentes contam com “sensores e conectividade”. Deste modo, “o lançamento acelerado de 5G torna-se fundamental para garantir a operação estável e a análise contínua de dados dentro do ecossistema das cidades inteligentes”.

 

Pode ler o resto do artigo na edição de julho de 2019 da IT Insight (página 26)

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