SMART CITIES
O desafio da sustentabilidade nos data centers

A Smart Planet em Itália a convite da Schneider Electric

O desafio da sustentabilidade nos data centers

Os data centers – direta ou indiretamente uma necessidade para qualquer organização digital – necessitam de grandes quantidades de recursos para operar. A sustentabilidade dos data centers é um desafio que tem de – e está já a ser - endereçado

O segundo dia do evento europeu da Schneider Electric – que se realiza esta semana no norte de Itália e para o qual a Smart Planet foi convidada – levou os jornalistas até Milão, mais concretamente até ao data center MIL01 gerido pela Stack Infrastructure.

A Stack é uma fornecedora de infraestruturas digitais e um dos maiores operadores privados de data centers do mundo. A organização revela que junta expertise local com alcance global para servir as necessidades de clientes enterprise e de hyperscalers globais nas Américas, APAC e EMEA.

Em 2020 e 2021, a Stack começou a ‘conquistar a Europa’ com aquisições de localizações um pouco pela Europa – incluindo o data center de Milão – e, atualmente, conta, também, com data centers em Zurique, Genebra, Frankfurt, Oslo, Estocolmo e Copenhaga.

Utilizar a chuva para arrefecer um data center

A Stack partilhou algumas das suas iniciativas ESG para tornar os seus data centers mais sustentáveis. Apesar de algumas destas iniciativas não terem impacto direto no funcionamento do data center – como os apiários –, outras têm um impacto direto – como a utilização da água da chuva para o arrefecimento do data center.

A Stack procura reutilizar o aquecimento gerado pelos data centers nas comunidades onde está inserida. Em Oslo, por exemplo, o aquecimento gerado pelo data center permite aquecer até cinco mil casas e o data center fornece até 3.5MW de aquecimento adicional ao sistema de aquecimento local.

Também em Oslo – mas num outro data center – o aquecimento gerado pelo mesmo permite derreter a neve e o gelo e tornar as estradas mais seguras. Os futuros data centers da Stack foram desenhados para incluir soluções de reutilização do aquecimento para servir comunidades locais.

Outra iniciativa – esta sem impacto na operação do data center – são os apiários onde a Stack procura ter cerca de 60 mil abelhas. De relembrar que as colmeias são responsáveis por 80% da polinização do mundo e o objetivo da Stack é proteger a espécie que é essencial para a biodiversidade.

A Stack recolhe a água da chuva com o objetivo de arrefecer os seus data centers. Alguns data centers contam com tanques debaixo de terra para armazenar a água da chuva que, depois, é filtrada e reutilizada como parte do sistema de arrefecimento do data center, o que leva à redução da dependência de fornecedores de água tradicionais. 

Schneider Electric e o compromisso com a sustentabilidade

Também a Schneider Electric se mostra comprometida com a sustentabilidade. Roberto Esquinazi, Head of Cloud & Service Provider Segment da Schneider Electric Itália, partilhou “os 11+1 objetivos” que a Schneider Electric quer atingir até 2025.

  1. Fazer crescer as receitas verdes até 80%;
  2. Entregar 800 milhões de toneladas de emissões de CO2 guardadas e evitadas aos consumidores;
  3. Reduzir as emissões de CO2 dos mil principais fornecedores de operações em 50%;
  4. Aumentar o conteúdo de material verde nos produtos até 50%;
  5. Tornar 100% de todo o packaging primário e secundário livre de plástico utilizado apenas uma vez e utilizar cartão reciclado;
  6. 100% dos fornecedores estratégicos fornecerem trabalho decente aos seus empregados;
  7. Medir os níveis de confiança dos empregados para reportar ações contra os Princípios de Confiança da Schneider Electric;
  8. Aumentar a diversidade de género, desde a contratação até aos gestores de primeira linha e equipas de liderança;
  9. Fornecer acesso a eletricidade verde a 50 milhões de pessoas;
  10. Criar oportunidades para as próximas gerações;
  11. Treinar um milhão de pessoas desfavorecidas em gestão de energia.

O “+1” dos objetivos pretende que todos os presidentes da Schneider Electric em cada país e/ou zona tenham de definir três compromissos locais que impactam as comunidades, em linha com as transformações sustentáveis.

Desafios do mercado de data center

Roberto Esquinazi partilhou aqueles que são os desafios do mercado de data center: escala em velocidade, mudança para o verde e maior flexibilidade.

A maioria das organizações está a mudar para a cloud e questiona-se, segundo Esquinazi, “como posso construir mais rápido para ganhar quota de mercado, enquanto movo para uma frota de modelos operacionais para aumentar a minha operação e eficiências de manutenção”. Ao mesmo tempo, há um compromisso com o net-zero, aos quais se junta uma regulação da quantidade de CO2 que pode ser emitida, o que leva a que a transição, para ter um impacto net-zero, seja um ponto importante de investimento. Por fim, o mercado precisa de manter a flexibilidade das suas arquiteturas para ter a certeza de que pode assumir as mudanças que existem e adaptar-se a qualquer geografia.

O futuro dos data centers passa, obrigatoriamente, pela forma como se desenha e constrói os data centers e, ao mesmo tempo, como é que eles são operados e mantidos.

No desenho e construção, os data centers vão ter mais simulações, mais design standartizados, mais tecnologia state of the art, um desenho virado para a sustentabilidade, arquiteturas que se adaptam e designs modulares com standards globais.

O objetivo na operação dos data centers inclui a operação dos mesmos com menos recursos, todos os produtos conectados, plataformas de automação de governance, contratos de manutenção, operações dinâmicas para reduzir as emissões, a adaptação a diferentes perfis e a implementação de diferentes estratégias de backup.

Apesar dos esforços de reduzir o impacto a nível sustentável dos data centers, é preciso garantir que os mesmos têm uma elevada performance. Para isso, no seu design, procura-se recolher dados para fornecer visibilidade de sistemas críticos, acompanhar a utilização de energia e ter um benchmark de performance.

Ao mesmo tempo, é necessário monitorizar e reportar através de dashboards para tomar decisões informadas e seguir o progresso dos objetivos de sustentabilidade e, por fim, maximizar o ciclo de vida do sistema e assegurar um fim de vida circular para os produtos.

 

A Smart Planet marcou presença em Itália a convite da Schneider Electric

Tags

RECOMENDADO PELOS LEITORES

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.