ENERGIAS
“Há três pilares fundamentais para a descarbonização: energias renováveis, eletrificação e eficiência energética”

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“Há três pilares fundamentais para a descarbonização: energias renováveis, eletrificação e eficiência energética”

Em entrevista com a Smart Planet, Martina Tomé, Vice President, Power Systems Iberian Cluster da Schneider Electric, explica-nos como progredir no caminho da descarbonização: uma aposta firme nas energias renováveis, na eletrificação e em alcançar uma maior eficiência energética

A União Europeia definiu o importante objetivo de ter uma economia com emissões líquidas zero de gases de efeito de estufa até 2050 – uma meta que está no cerne do Pacto Ecológico Europeu e se alinha com o compromisso comunitário de aumentar a ação climática global em consonância com o Acordo de Paris. Contudo, para atingir este objetivo ambicioso, é preciso atuar de forma rápida e eficiente.

Nesta entrevista, Martina Tomé, Vice President, Power Systems Iberian Cluster da Schneider Electric, explica-nos como progredir no caminho da descarbonização: uma aposta firme nas energias renováveis, na eletrificação e em alcançar uma maior eficiência energética.

 

Martina Tomé

Vice President, Power Systems Iberian Cluster, Schneider Electric

 

Atualmente, estamos imersos num processo global de descarbonização para alcançar as 'emissões zero'. Por que é importante descarbonizar o consumo de energia nas empresas? Dentro deste desafio global, qual é o papel da transformação da sua infraestrutura elétrica?

É mais do que evidente que o aquecimento global é uma ameaça séria ao nosso planeta e à humanidade – no entanto, isso também é verdade para as empresas. Chegou a hora de agir de forma decisiva, porque os próximos 10 anos serão fundamentais. Os governos estabeleceram metas de descarbonização para 2050 e as empresas desempenham um papel fundamental para as atingir, devendo ser parte da solução na hora de tomar decisões estratégicas. Neste cenário, é importante considerar dois fatores. Em primeiro lugar, que a maior parte das emissões de gases com efeito de estufa (80%, especificamente) provém da produção e utilização de energia. Em segundo lugar, que se prevê um crescimento exponencial da procura de energia, na ordem dos 62%. Por exemplo, na taxa de crescimento atual, os Data Centers poderão consumir 6% da energia mundial até 2025 – ou seja, em apenas três anos.

Há três pilares fundamentais para a descarbonização: energias renováveis, eletrificação e eficiência energética. As infraestruturas e as redes energéticas desempenham um papel determinante, adaptando-se a um mercado cada vez mais flexível, no qual surgem novos players como os prosumers, e enfrentando desafios como o crescimento exponencial dos veículos elétricos. Ao mesmo tempo que a rede se prepara para dar resposta à descarbonização, os diferentes agentes estão a abordá-la nas suas infraestruturas e equipamentos – por exemplo, optando por equipamentos que já não precisam de utilizar gases como o SF6.

 

Portanto, o desafio da sustentabilidade empresarial também mudou. Como deve ser abordado agora, em comparação com anteriormente?

Devemos adotar a sustentabilidade como uma estratégia empresarial; não apenas para acelerar a descarbonização, mas também como vantagem competitiva para o negócio. Pensemos na oportunidade das atuais ajudas comunitárias focadas na sustentabilidade, ou mesmo nos fundos de investimento, que priorizam cada vez mais investir em projetos altamente comprometidos com a sustentabilidade. O futuro das empresas está em jogo.

Outra diferença é que já não podemos pensar em aplicar soluções isoladas, é importante que façam parte de uma mesma visão: cada implementação deve ter um significado e uma razão, seguindo uma estratégia global previamente pensada. Dois outros elementos importantes que fazem parte da nova forma de gestão da sustentabilidade são a digitalização e a gestão ativa da energia, ou seja, integrar dados, software e estratégias para conseguir uma maior eficiência. Não há energia mais sustentável do que aquela que não é consumida.

Em suma, todas as partes de uma empresa devem trabalhar em conjunto e com a mesma visão e objetivos de sustentabilidade.

 

Atualmente, em que ponto estão as empresas no caminho para a sustentabilidade?

Podemos dizer que estamos numa segunda vaga de descarbonização. As empresas estão a implementar medidas com impacto positivo, como reduzir o consumo de energia e substituir ou modificar as fontes de energia, mas esta é uma longa caminhada. Toda a cadeia de valor deve estar envolvida e a infraestrutura elétrica deve ser incorporada na “rota” de descarbonização. Contudo, é preciso acelerar o passo, focando-nos no potencial de melhoria entre a geração e o consumo, ou seja, a distribuição de energia elétrica – evitando a utilização de gases fluorados e eliminando-os progressivamente da infraestrutura existente.

 

Qual é o papel da tecnologia na descarbonização do consumo energético das empresas? Em quais está a apostar a Schneider Electric?

A inovação tecnológica e a digitalização são essenciais nas estratégias de descarbonização. Como mencionei anteriormente, a descarbonização implica uma maior eletrificação. A inovação tecnológica é a chave para oferecer soluções de controlo e gestão elétrica livres de SF6, um gás fluorado que é utilizado há muitos anos de forma fiável e segura, mas que tem um potencial de aquecimento global significativo, 23.500 vezes superior ao do CO2. Isto não é uma novidade, pois em 2005 o Protocolo de Quioto já tinha identificado o perigo que este gás representa para o planeta, limitando as suas emissões. A UE estabeleceu a meta de redução das emissões de gases fluorados em dois terços até 2030 e, embora grande parte dela se alcance pela redução dos gases estabelecidos no Protocolo de Montreal, o SF6 é parte integrante do mix.

Pensemos que existem mais de 30 milhões de celas de média tensão instaladas em todo o mundo... é por isso que na Schneider Electric optamos por uma tecnologia sem gases de efeito estufa, livre de SF6 e com base em ar puro para a distribuição de energia elétrica. Em 2015, comprometemo-nos a desenvolver tecnologias alternativas ao SF6 e a eliminá-lo gradualmente do nosso portefólio até 2025. Atualmente, já as aplicamos nas nossas próprias instalações: a nossa administração solicitou que todas as decisões de negócios fossem influenciadas pelo compromisso da redução de CO2 e isto é um exemplo de como estamos a conseguir.

Ao eliminar o SF6, esta inovação tecnológica permite que as empresas reduzam o seu inventário de gases fluorados e prepara os equipamentos para possíveis regulamentações futuras, já que a melhor alternativa aos gases de efeito estufa é o ar. Para além disso, elimina-se o dispendioso e complexo processo de reciclagem deste gás, reduzindo os custos de fim de vida dos equipamentos. Em termos de Custo Total de Propriedade, representa uma poupança de cerca de 8%, e os seus recursos digitais integrados permitem também melhorar a eficiência energética.

 

Esta inovação tecnológica já se aplica no mercado? Em que setores?

Sim, e naturalmente estamos muito orgulhosos por ver implementados no mercado os nossos muitos anos de esforços de inovação e desenvolvimento para lançar uma tecnologia alternativa, “verde” e digital. De facto, já recebeu até vários reconhecimentos da indústria, como o Industrial Energy Efficiency Award na Hannover Messe de 2020, um iF Design Award e um enerTIC Award pelo projeto com a E.ON, a maior distribuidora de eletricidade da Suécia.

Vários clientes de diversos setores já apostaram nesta tecnologia como parte do seu caminho para a sustentabilidade, por exemplo em indústrias em que a fiabilidade do fornecimento de energia é crítica, como é o caso da E.ON; no setor industrial, por exemplo a fábrica da Renault em Aubergenville, em França; e no setor dos transportes, a frota de autocarros da Azienda Transporti Milanesi, em Milão. Especificamente, esta última implementou a nossa tecnologia sustentável de Média Tensão na sua infraestrutura de carregamento, para que a frota seja 100% elétrica até 2030.

Temos a certeza de que estas histórias de sucesso vão continuar a multiplicar-se, pois esta tecnologia é a alternativa mais sustentável, segura e eficiente para gerir a infraestrutura elétrica das empresas. O nosso compromisso é firme: acompanhar os nossos clientes na descarbonização da sua infraestrutura com uma solução totalmente compatível com o modelo “tradicional” de celas de média tensão, auxiliando-os também no processo final de reciclagem destes equipamentos.

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