ENERGIAS
Siemens lidera iniciativa Smart City

Siemens lidera iniciativa Smart City

Resultante de um consórcio com a cidade de Viena, este projeto de 41 milhões de euros transforma um dos maiores desenvolvimentos urbanos da Europa num laboratório vivo para a criação de sistemas alternativos de gestão de energia.

A Siemens está a liderar o consórcio para uma nova iniciativa Smart City no distrito de Aspern, em Viena, Áustria. A empresa é o único parceiro industrial na parceria com a cidade de Viena, denominada Aspern Smart City Research, que envolve também as companhias elétricas que abastecem a cidade (Wien Energie e Wiener Netze).

O projeto, com um orçamento de 41 milhões de euros em cinco anos, tem como objetivo desenvolver soluções inovadoras de produção e gestão de energia que possam eventualmente ser aplicadas noutras cidades, e é prevista estabelecer as bases para eventuais serviços que as companhias elétricas possam oferecer no futuro, como tarifas flexíveis que tivessem em consideração a contribuição de microprodutores.

Com 240 hectares, Aspern é um dos maiores desenvolvimentos urbanos da Europa, incluindo 3420 apartamentos, parte de um complexo escolar, dormitórios, e um centro de investigação para a análise de tecnologias fabris avançadas. Em 2028, é prevista ter cerca de 8.500 apartamentos, 20.000 postos de trabalho, e uma zona comercial—tudo isto a menos de 25 minutos de Viena pelo metro.

A Siemens reuniu um pacote tripartido para a ASCR, com tecnologias para gestão de energia em Smart Buildings, soluções para a rede de baixa voltagem (o sistema de distribuição elétrica dos transformadores até às secções individuais dos edifícios) e soluções de gestão de Big Data, que incluem a implementação da necessária infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação . Ao contrario de muitos projetos semelhantes, a ASCR tenciona que todos os componentes deste sistema, independente dos seus fabricantes, comuniquem perfeitamente entre si para partilha de dados.

De forma a maximizar o que se pode aprender sobre optimização de energia, o consórcio instalou diferentes combinações de tecnologias, desde painéis fotovoltaicos e bombas térmicas até uma variedade de soluções de armazenamento de energia. Para além da optimização de energia nos edifícios, esta investigação foca-se também no seu potencial de gerar energia para a rede de forma flexível.

Os dados de 100 habitações, que abrangem fatores como o consumo energético, qualidade do ar e temperatura ambiente, estão a ser recolhidos e cruzados com dados da rede elétrica , bem como informação em tempo real sobre a temperatura e eventos públicos. Para além disto, a nova rede de baixa voltagem de Aspern será equipada com uma rede de sensores para medições em tempo real da sua atividade. Eventualmente, todos os dados gerados por estes sistemas irão circular para o centro de dados da cidade. Ao analisar as combinações mais eficientes de tecnologias e a sua influencia no comportamento do utilizador final, o consórcio de Aspern prevê que esta combinação avançada de infraestruturas de IT ofereça novo entendimento das correlações entre os sistemas subjacentes de forma a optimizar um largo espectro de serviços.

Investigadores irão analisar como diferentes fontes de energias renováveis, integradas em diferentes combinações de tecnologias, e no contexto de condições climatéricas variáveis irão afetar a rede e os edifícios. Nos edifícios equipados com as tecnologias de gestão energética do consórcio, um sistema de BMS irá coordenar o suprimento dos painéis solares e fotovoltaicos para as bombas de calor do edifício com base em dados de previsão, produção, e gestão de armazenamento de energia.

Compreender estas correlações irá apresentar desafios significativos em termos de interpretação de dados. Requer, por exemplo, o desenvolvimento de algoritmos especializados capazes de conferir sentido a tipos de dados que até agora não era comum analisar.

Entre as muitas características distintivas do laboratório vivo de Aspern está o facto que a rentabilidade da rede elétrica não está baseada no sistema clássico de demand response. A ideia é maximizar a produção, armazenamento e consumo de energia descentralizados. Feito isto, o próximo patamar de investigação estará focado na interação optimizada entre a produção e consumo locais e a rede inteligente de baixa voltagem, o que irá abrir caminho à coordenação de energia entre edifícios e redes elétricas.

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