O TransZeroWaste propõe a criação de novas rotas de reciclagem que permitam a utilização eficaz dos resíduos gerados nas instalações industriais de produção de aço, auxiliando na continuidade do abastecimento de matérias-primas e contribuindo para uma economia circular.
A indústria do aço quer transitar de métodos produtivos tradicionais, baseados em combustíveis fósseis, para métodos mais sustentáveis e de baixo teor em carbono. A iniciativa europeia TransZeroWaste, no valor de 4.99 M€, que o ISQ integra, visa precisamente conceber soluções circulares para a indústria do aço. O ISQ irá desempenhar um papel muito relevante, liderando a a avaliação económica e ambiental das novas tecnologias bem como aconselhamento quanto a indicadores de circularidade. Um contributo relevante para a competitividade e sustentabilidade da indústria do aço em toda a Europa, sendo que se farão casos de estudo na Alemanha e em Espanha. Esta iniciativa “centra-se no desenvolvimento e implementação de tecnologias inovadoras para a reciclagem de resíduos, subprodutos e minérios de baixa qualidade, que se tornam cada vez mais relevantes face à crescente transição para o aço “verde” produzido com hidrogénio”, explica Marco Estrela, responsável de I&D do ISQ. O TransZeroWaste propõe a criação de novas rotas de reciclagem que permitam a utilização eficaz dos resíduos gerados nas instalações industriais de produção de aço – calamina, resíduos oleosos e minérios de qualidade inferior – auxiliando na continuidade do abastecimento de matérias-primas e contribuindo para uma economia circular. A abordagem integrada do projeto visa não só a melhoria dos processos técnicos, como também a avaliação dos seus impactos ambientais e económicos, através de análises e ferramentas digitais de suporte à decisão. Neste contexto, “o ISQ desempenha um papel central, liderando a tarefa dedicada à avaliação económica e ambiental das novas tecnologias. Assim, estará encarregue da definição de um conjunto de indicadores de circularidade, que permitem medir o desempenho dos produtores na gestão dos fluxos de materiais, promovendo uma utilização mais eficiente e sustentável dos recursos, bem como pela realização da análise de Custo de Ciclo de Vida (CCV), que avalia os custos ao longo de todo o ciclo de vida dos processos desenvolvidos, oferecendo uma visão integrada dos benefícios económicos e dos desafios associados à transição para estes processos industriais mais limpos”, complementa Marco Estrela. Adicionalmente, o ISQ está encarregue da investigação dos diferentes cenários de transição para dois casos de estudo de implementação industrial, na Alemanha (Dillinger Hüttenwerke) e em Espanha (Celsa Barcelona), simulando a alteração dos fluxos de massa com a introdução de novos processos de peletização (a frio e a quente), briquetagem e redução direta, essenciais para a adaptação às exigências da produção de aço “verde”. Está ainda responsável pela elaboração de modelos de negócio sustentáveis para a comercialização e a exploração dos resultados do projeto. Este contributo é essencial para que as inovações desenvolvidas possam ser rapidamente adotadas pelo setor, promovendo um impacto significativo na competitividade e na sustentabilidade da indústria do aço em toda a Europa. |