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80% das empresas de construção usam IA para melhorar a eficiência

80% das empresas de construção usam IA para melhorar a eficiência

Dois terços das empresas de construção começaram a integrar Inteligência Artificial (IA) para melhorarem a gestão de riscos de segurança física, de acordo com o Relatório Ascendant AI da Minsait

A indústria da construção está a passar por uma transformação sem precedentes, graças à adoção da Inteligência Artificial. Num setor tradicionalmente conservador e pouco digitalizado, 83% das empresas olham para a IA como uma ferramenta indispensável para otimizar processos internos e melhorar a eficiência. Estes dados estão refletidos no último relatório Ascendant da Minsait que, sob o título AI: raio-x de uma revolução em curso, analisa o grau de adoção da tecnologia em empresas privadas e instituições públicas.

O impacto da IA ​​estende-se a todas as fases da cadeia de valor da construção: desde a licitação, com análises automáticas, ao projeto, com recurso a assistentes de dúvidas técnicas e regulamentares, e também até à inspeção de qualidade automatizada. Neste sentido, 60% das empresas inquiridas estão a aplicar a IA para melhorar a gestão e planeamento dos projetos.

A inteligência artificial também permite reconhecer infraestruturas de forma a detetar incidentes, assim como analisar e qualificar documentos de forma eficiente. Além disso, 67% das empresas já estão a concentrar esforços na melhoria da gestão de riscos de segurança física, utilizando, por exemplo, sensores para deteção automática de equipamentos do pessoal de uma obra, através de imagens.

O estudo revela ainda que 60% das empresas de construção já integra IA para reforçar a cibersegurança, e 40% para retenção de talento. A variedade de casos de utilização no setor é mais ampla do que em outras indústrias, pelo que o impacto de cada iniciativa é cuidadosamente avaliado antes de ser abordado. Na verdade, 40% das empresas utilizam intensamente a inteligência artificial para suportar a tomada de decisões com base em dados e a exploração dos dados já existentes.

 

Olhar para o futuro: governança, reskilling e copilotos

Apesar da maturidade inicial da tecnologia e dos casos de utilização, o setor está consciente da necessidade de utilização da inteligência artificial organizada e governada. Como tal, não estão apenas a executar provas de conceito dos departamentos de inovação, estando também a criar centros de excelência para a governação da IA. Neste sentido, o relatório Ascendant da Minsait prevê que, nos próximos anos, sejam desenvolvidos projetos apoiados num business case, numa arquitetura robusta e num conhecimento ético e governado.

No entanto, esta transformação coloca desafios significativos. Com uma elevada dependência do capital humano, 60% das empresas inquiridas apontam a escassez de talentos especializados em IA como uma barreira importante. Para enfrentá-la, a requalificação de colaboradores será essencial e as áreas de negócio deverão ter perfis profissionais capazes de identificar novas oportunidades.

O estudo revela ainda o potencial de ferramentas generativas como os copilotos, que podem ajudar na gestão de projetos e na otimização das operações diárias. Exemplo disso é o copiloto do gestor de obra na fase de execução, suporte que melhora a rapidez e a precisão das operações.

“A inteligência artificial está a revolucionar os padrões de eficiência e qualidade na construção. As empresas que investirem agora estarão na linha da frente do setor no futuro”, afirma Luís Monção, diretor de Indústria e Construção da Minsait em Portugal, acrescentando que “estas empresas estão a modernizar-se, e estão a passar por uma evolução significativa. Neste processo de transformação, é essencial o envolvimento da gestão de topo, a criação de planos estratégicos e a criação de um modelo de governação de IA que acompanhe o desenvolvimento do negócio.”

O Ascendant Digital Maturity Report 2024 da Minsait aborda, na sua quinta edição, o contexto e o grau de adoção da inteligência artificial pelas empresas e a administração pública. O estudo analisou a informação facultada por mais de 900 organizações de vários países, incluindo Portugal, de 15 setores de atividade distintos.

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