ENERGIAS
3.5 milhões de euros investidos em data center hyperscale sustentável em Sines

3.5 milhões de euros investidos em data center hyperscale sustentável em Sines

Foi apresentado dia 23 de abril o projeto de construção do campus de data center Sines 4.0, com capacidade até 450MW e data de inauguração prevista até 2023, que será alimentado por energias renováveis, usando também condições estratégicas como o recurso à água do mar para arrefecimento, com o propósito de alcançar uma pegada carbónica neutra

A start campus, empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners, anuncia o desenvolvimento de um campus de Hyperscaler Data Centre, com capacidade até 450MW, que ficará situado em Sines, um projeto com um volume final de investimento de até € 3.5 mil milhões. 

O projeto criará até 1,200 postos de trabalho diretos altamente qualificados e pode vir a gerar 8 000 novos empregos indiretos até 2025. 

O Sines 4.0 será um dos maiores campus de centros de dados da Europa e dará resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia fornecedoras de serviços de strearning, social media, eComrnerce, gaming, educação online, videoconferência, cloud computing e outros de processamento e armazenagem de dados e de aplicações empresariais.

O megacentro de dados será a infraestrutura central de última geração no coração do projeto Sines 4.0 . Combinará as necessidades da nova era da transição digital com a posição geográfica única de Portugal e de Sines, contribuindo significativamente para a transição energética de Portugal. A start campus tem o objetivo  que o  Sines  4.O* tenha uma pegada de carbono líquida zero, garantindo preços de energia competitivos a nível global, segurança, estabilidade e compliance em segurança de dados.

Está prevista a construção de 5 edifícios com capacidade de fornecimento de 450 MW de energia aos servidores, com 90 MW cada. O Sines 4.0 ficará localizado nos terrenos contíguos à recentemente encerrada Central Termo elétrica a Carvão de Sines e beneficiará de todas as vantagens estratégicas deste local, como sistemas de refrigeração com água do mar, acesso à rede elétrica de alta tensão, conectividade através da ligação a cabos de fibra ótica internacionais de alta capacidade com a América do Norte, África e América do Sul, e utilização potencial de energia 100% verde e ambientalmente sustentável, com indicadores de consumo de água e criando alta PUE (Power Usage Effectiveness).

Neste tópico, Manuel Caldeira Cabral, Ministro da Economia, referiu no evento de apresentação do projeto:

“Aquilo que neste momento é o desafio  que nos é lançado é como assegurar que estas oportunidades se concretizam e se revertem em benefícios para o país, e sabemos  o que precisamos de fazer: precisamos de conhecer melhor e dar a divulgar aquilo que são as nossas infraestrutura em matéria de conetividade digital. Temos muita disponibilidade de fibra ótica no país, mas esta não é totalmente aproveitada, não é integralmente conhecida nem de nós nem do resto do mundo. Precisamos de assegurar que os processos de licenciamento de licenciamento e aprovação destes projetos acontecem de forma suficientemente rápida para que outros não aproveitem melhor oportunidades menos óbvias do que têm do que nós próprios (…) Este é um projeto que de nós exige apenas a capacidade de nos mobilizarmos para assegurarmos que as decisões publicas e privadas acontecem depressa”.

Desde março de 2021, o Sines 4.0 detém a classificação de Potencial Interesse Nacional (PIN) beneficiando, assim, de todas as vantagens de aceleração e implementação na preparação e construção do projeto que este estatuto garante.

O Sines 4.O contribuirá para Portugal reemergir como player-chave no mercado internacional de dados e conectividade, e alavanca a posição geográfica estratégica de Sines e Portugal no extremo da Europa através dos novos cabos submarinos agora a entrar em operação, em construção ou em desenvolvimento. Estes incluem o EllaLink (ligando  Portugal à Madeira  e América  do Sul), e Equiano e 2Africa (ligando todo o continente africano à Europa através de Portugal). 

Portugal poderá, assim, voltar a ser o principal o hub de dados entre a Europa, as Américas, África e outros, e tornar-se a porta de entrada para a multiplicação da conectividade transatlântica.

Sines possui pelo menos cinco grandes vantagens que a tornam única e com potencial  para se tornar num dos campus de Data Centres Iíderes da Europa:

  • Energia de baixo custo a partir de fontes renováveis, através de muito boa conectividade com a rede elétrica nacional e  com  fácil  acesso a energia verde competitiva, incluindo solar, eólica e (no futuro) de hidrogénio;
  • Escala com opções de terrenos e com potencial de expansão significativa para mais de 450MW
  • Conectividade através dos cabos submarinos intercontinentais atualmente em construção e excelente conectividade com o interior do continente europeu
  • Arrefecimento a preço competitivo, altamente eficiente e sustentável através de instalações de refrigeração de água existentes para usar a água do oceano que irão manter os servidores em temperaturas ideais e com potencial de reutilização do calor residual do Sines 4.0 para clientes industriais vizinhos; 
  • Topografia marinha única da plataforma continental em Sines que a torna também numa excelente localização com segurança e a baixo custo para a futura amarração de novas cabos submarinos.

“Este mega data center não só será energicamente sustentável, mas será também alimentado pela energia renovável mais barata que é possível encontrar. Nos últimos dois leilões que realizamos conseguimos bater o recorde mundial do preço de energia solar mais barata à escala mundial – e poderemos manter sempre esse record, visto esta ser uma fonte inesgotável”, acrescenta o Primeiro Ministro António Costa nesta cerimónia.

O projeto Sines 4.0 está a ser desenvolvido pela start campus em parceria com a AICEP - Agencia para o lnvestimento e Comércio Externo de Portugal, a Câmara Municipal de Sines e com o Governo português. O envolvimento ativo e o apoio do Governo português feito através do Ministério da Economia e Transição Digital, do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da lnternacionalização e do Ministério das lnfraestruturas e da Habitação tem sido importante para o desenvolvimento do Sines 4.0. 

A construção do Sines 4.0 deverá começar no próximo ano e espera-se que 900 pessoas estejam envolvidas na construção da primeira fase. A inauguração do primeiro edifício esta prevista para o final de 2023. Durante a construção, a força de trabalho poderá chegar a 2.700 pessoas. 

Afonso Salema, Managing Director da start campus, diz: 

“Agradecemos a Pioneer Point Partners e Davidson Kempner pelo seu apoio neste importante projeto e damos-lhes as boas-vindas a Sines. Estamos entusiasmados com os novos postos de trabalho e com o impacto benéfico que o seu envolvimento terá na comunidade local e esperamos uma parceria longa e gratificante". 

De acordo com Sam Abboud, Founding Partner na Pioneer Point Partners e porta-voz da start campus, “o Sines 4.0 é um data centre sustentável de grande escala que dá resposta às necessidades do mercado global. A disponibilidade de energia verde local a preços competitivos combinada com a proximidade geográfica a três continentes com ligação rápida através de novos cabos submarinos de alta velocidade fazem de Sines um local ideal que projeta Portugal na próxima etapa do tráfego internacional de dados e de data centres. Os dados tern sido apontados como o novo 'petróleo' da economia digital e Portugal vai beneficiar de um grande investimento que coloca o país no centro da rede global e transatlântica de dados. Estamos ansiosos para, muito em breve, anunciar mais investimentos sinérgicos em Portugal".

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