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Descarbonização e economia circular: chaves na gestão hoteleira

Descarbonização e economia circular: chaves na gestão hoteleira

O que significa para o sector do turismo enfrentar o desafio da descarbonização para cumprir as políticas de alterações climáticas e de transição energética?

Assumir este desafio, tanto da administração como das empresas do setor, significa calcular e publicar a sua pegada de carbono. Isto, por sua vez, implica um esforço considerável. E, no final, será gerado um impacto direto na competitividade do sector.

O Governo deve estabelecer quais as empresas que devem calcular e publicar a sua pegada de carbono, bem como os termos para o fazer de forma transparente e acessível. As empresas afetadas por esta obrigação devem também ter um plano de redução das emissões de gases com efeito de estufa. Tem de deixar claro os objetivos e os instrumentos para os alcançar.

Os hotéis destinam-se, portanto, a consumir energia a partir de fontes renováveis ou a produzir a sua própria energia. Cadeias de hotéis em primeiro lugar. Mais tarde, hotéis independentes. Todos terão de calcular e publicar a sua pegada de carbono. Além disso, estabelecer um plano de redução de emissões.

 

Descarbonização

A descarbonização dos estabelecimentos está associada, em grande medida, a uma gestão energética eficiente. Em muitos casos, exige investimentos para modernizar instalações de produção de energia, a implementação de fontes de energia renováveis, etc. Mas, por outro lado, a implementação da circularidade na prática operacional do estabelecimento contribuirá muito para a redução das emissões de CO2. Como pode ser realizado?

Tudo passa pela sustentabilidade

O sector hoteleiro já está consciente de que as estratégias de sustentabilidade, que incluem modelos de economia circular, são essenciais para a sua competitividade e sobrevivência. Muitos estabelecimentos e correntes começaram a trabalhar neles. As grandes cadeias estão conscientes de que esta profunda transformação deve ser realizada nos seus estabelecimentos. E, na maior parte das vezes, têm os recursos para o fazer.

Mas há um grande sector de hoteleiros que se perde ou não sabe por onde começar a trabalhar. Além disso, têm menos recursos para isso. É necessário prestar uma ajuda adequada aos hoteleiros que queiram esclarecer as práticas que poderiam levar a cabo e como se adaptar para enfrentar este novo desafio. O objetivo é identificar os desafios e barreiras que enfrentam e destacar as melhores práticas que ajudarão a superá-los.

 

Economia circular

Quanto à circularidade do sector, ao contrário de outros modelos económicos em que o aspeto económico prevalece sobre o social ou o ambiente, a economia circular representa uma melhoria comum substancial tanto para as empresas como para os consumidores. As empresas que implementaram este sistema estão a descobrir que a reutilização de recursos é muito mais rentável do que criá-los do zero. Consequentemente, os preços dos produtores são reduzidos. Desta forma, o preço de venda também é reduzido, beneficiando assim o consumidor. Não só economicamente, mas também no aspeto social e ambiental.

Tendo em conta o que precede, a implementação de boas práticas para promover a economia circular nos hotéis a longo prazo também terá um impacto, tanto direta como indiretamente, na poupança de emissões de CO2. O objetivo é manter o valor funcional dos materiais o máximo possível, minimizar a pressão sobre os recursos e reduzir a produção de resíduos. Devido ao modelo de negócio de um estabelecimento hoteleiro, as possíveis ações que pode realizar limitam-se às atividades que realiza e aos procedimentos que tem em vigor.

 

Medidas para hotéis

Por conseguinte, os hotéis devem ser preparados através da inclusão, na medida do possível, de critérios, elementos, tecnologias e ações baseadas neste modelo económico. Em termos gerais, a estratégia de aplicação da circularidade no sector hoteleiro baseia-se em três pilares estratégicos.

Por um lado, a gestão dos recursos disponíveis, que engloba as áreas de investimento, inovação e governação. Por outro lado, a modernização dos processos internos (consumo de materiais e recursos). E, finalmente, o envolvimento dos principais stakeholders ou stakeholders: equipas, cadeia de fornecimento e clientela...

Neste sentido, as duas das medidas de economia circular que poderíamos considerar como prioridades a aplicar no sector hoteleiro são:

  • Aqueles que contemplam a redução e gestão de resíduos (reduzir, reutilizar e reciclar), promoção de compras locais e redução de resíduos alimentares.
  • Aqueles que permitem a digitalização de processos destinados a facilitar o acima.

 

Redução de resíduos

Por isso, e tomando como modelo de casos de utilização no setor que estão a ser aplicados com sucesso, através de uma iniciativa apresentada ao apelo à AEI em novembro de 2021, a ITH está a realizar um estudo de viabilidade para dotar os hotéis da aplicação de ferramentas e processos tecnológicos que possam contribuir e garantir de forma mais eficaz e eficiente uma redução progressiva do desperdício alimentar,  uma distribuição de um possível excedente entre as entidades sociais locais e uma correta reciclagem e compostagem.

Concretamente, queremos estudar como a inteligência artificial, a Internet das Coisas e as ferramentas digitais disponíveis no mercado podem ser aplicadas à criação de uma economia circular na cadeia de geração, transformação e distribuição de alimentos no sector hoteleiro com o objetivo de minimizar o desperdício alimentar, maximizando a sua reutilização

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