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Veículos elétricos são a opção mais rentável para frotas empresariais

Veículos elétricos são a opção mais rentável para frotas empresariais

Este foi uma das conclusões do estudo “Mobilidade 2022” Da LeasePlan, que analisa as tendências no mercado automóvel, com foco na transição para a mobilidade elétrica, bem como a atitude dos consumidores face aos veículos elétricos

A LeasePlan apresentou recentemente os resultados do seu estudo “Mobilidade 2022”, nos quais analisou as tendências no mercado automóvel com foco na transição para a mobilidade elétrica, em particular nas frotas empresariais, bem como a atitude dos consumidores face aos veículos elétricos.

 

Mobilidade elétrica compensa nas frotas

Neste estudo, a LeasePlan comparou os custos totais de utilização (TCO) entre os diferentes tipos de propulsão em frotas empresariais, considerando uma empresa com uma frota de média dimensão (entre 50 e 200 veículos) e uma quilometragem de referência de 30.000km/ano durante 48 meses, e dividindo os resultados de acordo com os 9 diferentes categorias de veículos.

  • Utilitário - O modelo elétrico apresenta um TCO ligeiramente mais competitivo para a quilometragem de referência com uma diferença de 4% face aos modelos híbrido e a gasolina e 7% face aos modelos diesel.
  • Utilitário SUV - O veículo 100% elétrico é a opção com menor custo de utilização para a quilometragem de referência, com uma diferença de 8% face aos modelos de combustão. Aqui, os híbridos plug-in encontram-se em desvantagem, com uma diferença na ordem dos 18%. 
  • Pequeno familiar - O veículo 100% elétrico destaca-se face a todos os outros modos de propulsão. Dos restantes modos, o diesel aproxima-se mais com uma diferença de 24%, enquanto a gasolina apresenta um CTO 29% maior e os híbridos plug-in chegam aos 33%. No entanto, contrariamente aos híbridos,  ainda não existem modelos de carrinha 100% elétricos para frotas, o que pode constituir um obstáculo à transição. 
  • Pequeno familiar SUV - Mais uma vez, o veículo 100% elétrico apresenta o melhor TCO para a quilometragem de referência, tendo ganho uma significante competitividade desde o estudo de 2019, com uma redução de 180€ mensais, ou 26%, dos custos de utilização. Assim, ultrapassou a modalidade Diesel, atualmente a apenas 2% de distância. Os híbridos plug-in são 13% mais dispendiosos, enquanto as versões híbridas e a gasolina apresentam diferenças acima dos 20%. 
  • Pequeno familiar premium - A versão diesel é ainda a que oferece menor TCO, com os veículos elétricos e híbridos plugin 2% mais dispendiosos. Os modelos a gasolina apresentam uma diferença de 12%, e os híbridos têm um custo de utilização 21% acima do diesel. 
  • Médio familiar - Neste segmento, veículos elétricos assumem a posição dominante, com os híbridos plug-in em primeiro lugar e os 100% elétricos a 2% de distância. Face à posição de topo, os modelos diesel e gasolina são 11% e 15% mais dispendiosos, respetivamente. 
  • Médio familiar premium - As versões elétricas apresentam os custos de utilização mais baixos; os plug-ins elétricos apresentam o menor TCO, sendo os 100% elétricos 10% mais dispendiosos. As restantes propulsores apresentam diferenças de 36 a 48%, deixando então de fazer sentido para frotas corporativas.
  • Grande familiar - Os híbridos plug-ins apresentam o TCO mais competitivos, seguidos dos 100% elétricos (23%, híbridos a diesel (24%). As opções a diesel e gasolina apresentam um custo acrescido de 36% e 86%, sendo significativamente menos vantajosas.
  • Pequeno furgão - Devido a questões de enquadramento fiscal e custo de aquisição, o diesel mantém-se a versão mais competitiva, com diferenças de 37% face aos veículos elétricos e de 18% face à gasolina.

Verifica-se, assim, que os modelos elétricos são em grande parte das categorias a opção mais rentável para as empresas. Contudo, alerta Ricardo Silva, diretor comercial da LeasePlan, ainda existem obstáculos a ultrapassar na transição:

“As infraestruturas de carregamento, a par dos incentivos, que constituem uma das principais barreiras ativas para a transição, são mais que nunca necessárias e serão um fator determinante para a aceleração dessa transição."

 

Alterações na procura

Ao longo de 2020, verificou-se uma quase paragem do setor automóvel, com um impacto não só nas vendas como também no mix de modos de propulsão.

Durante o período de confinamento, muitas fábricas reduziram a sua capacidade de produção ou chegaram mesmo a encerrar, levando também ao fecho de alguns concessionários. Por outro lado, a incerteza económica levou a que muitos consumidores adiassem a sua decisão de comprar um carro.

Estas condições vieram a alargar-se para 2021, agravadas pela crise dos componentes semicondutores.

No geral, a venda de veículos novos caiu em cerca de 25% na Europa, e 35% em Portugal. 

Em termos de mix, as vendas de veículos diesel caíram dos 35% no mercado europeu para os 26% – e esta queda foi ainda mais acentuada em Portugal, passando dos 50 para os 32%. 

No mercado nacional, a quota de veículos elétricos (100% elétricos e Híbridos plug-in) corresponde agora a 15%, um crescimento de 55% em comparação com o ano anterior. Isto deveu-se maioritariamente ao crescimento dos híbridos plug-in, fruto de um maior leque de oferta nos vários segmentos. Isto, no entanto, levou a uma desacelaração das vendas dos veículos elétricos, que cresceram apenas 16% no mesmo período. 

Este crescimento da cota de mercado de veículos mais sustentáveis deu-se à custa das modalidades de combustão, que caíram 12% em Portugal e 14% na Europa durante o último ano. 

A Noruega lidera a percentagem de vendas de VE – exemplar pela sua infraestrutura de carregamento rápido sólida e com grande capilaridade nas autoestradas – estando Portugal na oitava posição.

 

Os consumidores favorecem elétricos – mas ainda há um grande caminho a percorrer

O estudo Mobility Insights Report da LeasePlan analisa a opinião dos condutores de 22 países sobre a mobilidade elétrica e os veículos de baixas emissões, bem como os fatores que impedem a transição para a mobilidade elétrica. 

As três principais conclusões deste estudo foram:

  1. Uma atitude positiva relativamente à mobilidade elétrica: 65% dos entrevistados olha para mobilidade elétrica de maneira favorável. 
  2. Melhoria da opinião face à mobilidade elétrica: Quase metade (44%) de todos os entrevistados disseram que a sua opinião sobre a mobilidade elétrica melhorou favoravelmente nos últimos 3 anos. 
  3. Mais planos para alugar veículos elétricos: Entre os condutores que planeiam fazer um renting nos próximos 5 anos, a maioria (61%) afirma que considerará um VE. 

Apesar desta atitude positiva, existem ainda barreiras à adoção de veículos elétricos – notavelmente, questões relacionadas com infraestruturas de carregamento e os incentivos associados.

  • 35% dos inquiridos que pretendem comprar um veículo nos próximos 5 anos aponta a insuficiência da infraestrutura de carregamento como o principal obstáculo à transição. 
  • A chamada “ansiedade das autonomias” foi a razão para que 34% dos inquiridos não optarem por elétricos. 

Dos 50% dos entrevistados em Portugal que pretendem comprar/alugar um carro nos próximos 5 anos citou a autonomia como razão pela qual não optariam por um elétrico. Semelhantemente, 57% dos entrevistados que disseram que não iriam mudar para um veículo elétrico apontaram o preço de compra como motivo

Em Portugal, a atitude perante veículos elétricos é particularmente positiva. 87% dos inquiridos afirmou ter uma atitude ‘muito positiva’ face aos veículos elétricos, e 62 afirma que a sua atitude melhorou nos últimos três anos. Isto prova que a visão da mobilidade elétrica é bastante promissora, independentemente de estes pretenderem ou não comprar ou alugar um veículo de baixas emissões – “apenas” 49% afirmou que o seu próximo caso provavelmente seria elétrico.

Entre os motivos pelos quais os portugueses consideram a transição para a mobilidade elétrica, as três principais são as menores emissões, baixos custos de utilização e incentivos do estado.

Por outro lado, os três principais obstáculos à adoção citados pelos inquiridos foram o preço de compra (64%), a autonomia (55%) e a infraestrutura de carregamento (38%)

É também de referir que 47% dos inquiridos referem que provavelmente transitavam para um veículo elétrico se a rede publica de carregamento fosse adequada.

Outro ponto importante é que, de todos os países contemplados no estudo, os portugueses são quem mais acredita na transição para a mobilidade elétrica, tendo 77% dos inquiridos respondido acreditam que em 2030 a maior parte dos veículos serão elétricos.

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