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Projetos portugueses de tecnologia na saúde reconhecidos internacionalmente

Projetos portugueses de tecnologia na saúde reconhecidos internacionalmente

Os dois projetos nacionais selecionados pelo EIT Health RIS Innovation Call são o ESAIA, o qual tem como objetivo desenvolver uma solução que permita avaliar de forma precoce a infeção no ouvido, e o Mindaux, uma plataforma social de terapêutica digital que pretende criar locais de trabalho mais saudáveis do que respeita à saúde mental

Na sua terceira edição, o EIT Health RIS Innovation Call, iniciativa única quanto à identificação e apoio a projetos promissores no domínio das inovações em matéria de cuidados de saúde provenientes de regiões emergentes da UE, vai apoiar dois projetos portugueses, ESAIA e Mindaux. Estes serão financiados com um valor até 75.000 euros, mentoring, presença num bootcamp e acesso à maior rede de profissionais de saúde de topo na Europa.

O ESAIA (Early Stage Ear Infection Assessment) é um projeto que pretende efetuar uma avaliação precoce da otite nas crianças. Para detetar a infeção no ouvido, a sua solução passa por utilizar um termómetro como dispositivo médico não invasivo, o qual avaliará a cor do ouvido interno e do tímpano. O dispositivo inclui duas fibras óticas e uma unidade eletrónica capaz de mudar linearmente a luz emitida, bem a cor, o que permitirá identificar eventuais inflamações nos ouvidos. Já o Mindaux (MAX) é uma plataforma social de terapêutica digital direcionada para empresas, que visa apoiar os colaboradores com problemas de saúde mental através de uma terapia eletrónica de comportamento cognitivo (eCBT). Para tal, utiliza-se uma terapia gerada em Inteligência Artificial, validada empiricamente por um protocolo de tratamento para distúrbios emocionais, a qual será atualizada de acordo com informação prestada por colaboradores ou com origem em dispositivos.

Este ano, foram selecionadas 11 entre mais de 100 ideias enviadas para avaliação, de consórcios oriundos da Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Itália e Letónia, para além, claro, de Portugal. Com uma qualidade superior em relação às edições anteriores, as propostas apresentadas tiveram em atenção os desafios mais prementes da sociedade em matéria de cuidados de saúde. Mas três grandes áreas dominam estas soluções: 46% concentram-se em trazer para casa as soluções de cuidados de saúde; 36% pretendem promover vidas mais saudáveis; e, 18% assumem preocupações quanto à saúde no local de trabalho.

"A taxa de sucesso das candidaturas apresentadas é a mais elevada da história do programa. A qualidade das soluções aumentou significativamente, o que pode ser um sinal de que o nível de resposta das equipas das regiões emergentes está a melhorar. Os jovens investigadores mostram-se cada vez mais bem preparados, com conhecimentos, competências e capacidades para aplicar em produtos e soluções comercializáveis ideias de cuidados de saúde. São também mais criativos no desenvolvimento de consórcios de parcerias industriais, académicas e de I&D. Este é um grande marco no sentido de mitigar o fosso da inovação na Europa”, explica Mónika Tóth, EIT Health InnoStars RIS Programme Manager. “Este ano também notamos o número recorde de ideias que apoiam a prestação de cuidados de saúde em lares e fora dos hospitais, com melhores resultados a este nível. Isto é extremamente importante, especialmente no contexto da integração da saúde e dos cuidados sociais e da pressão exercida sobre os serviços hospitalares.  Verificamos que temos o prazer de apoiar tantos inovadores da Europa Central, de Leste ou do Sul, que nos ajudam a impulsionar os cuidados «fora do hospital» e a trabalhar em ambientes saudáveis”, acrescentou.

 

A onze soluções selecionadas de inovação em saúde:

Em 2021, a Eslovénia (3), Portugal (2) e a Letónia (2) estiveram entre os países mais bem-sucedidos. Outros projetos que mereceram apoio provêm de Itália, Eslováquia, Grécia e Croácia, com um consórcio oriundo de cada país. Quase um terço dos projetos baseiam-se em soluções de Inteligência Artificial ou Big Data.

Para além dos projetos portugueses ESAIA e Mindaux, já destacados, foram ainda escolhidos:

  • Solução de tecnologia de apoio que ajuda pessoas com gaguez a fazer chamadas telefónicas, com base em condições indutoras de fluência verbal (Croácia)
  • Uma solução completa para programas de exercícios de fisioterapia em casa combinados com tecnologias inovadoras e design de especialistas (Eslovénia);
  • Solução de telemonitorização para doentes com hipertensão, dislipidemia, obesidade, alto risco cardiovascular e SARS-CoV-2 positivos em relação à polimorbilidade. A solução garante a redução de intervenções, menos chamadas de GP ou visitas ao médico (Eslováquia);
  • Um módulo adicional para dispositivos CPAP que ajuda os pacientes com apneia do sono obstrutivo (OSA), que controla a concentração de oxigénio, que permite que o seu fornecimento seja ajustado e monitorize o paciente (Letónia);
  • Um revestimento híbrido com várias camadas para implantes médicos, com a capacidade de entrega de fármacos (Letónia);
  • Uma plataforma de diagnóstico online para testar infeções sexualmente transmissíveis – os testes podem ser encomendados e realizados a partir de casa (Eslovénia);
  • Um sistema ergonómico de proteção individual que reduz a probabilidade de exposição a gotículas contaminadas (Itália);
  • Um dispositivo adaptável para monitorização contínua "em casa" para doentes com doenças cardiorrespiratórias agudas e crónicas (Grécia);
  • Uma ferramenta exclusiva que permite uma transferência mais rápida, eficiente e segura de criotubos congelados. A mesma é feita de alumínio, por isso pode resistir a grandes mudanças de temperatura, bem como a eventuais danos mecânicos (Eslovénia).

No caso dos projetos nacionais, o consórcio ESAIA teve como Project Leader a Metablue Solution, para além de ser constituído por três Project Partners: EIT Health HUB, por via da Universidade do Porto, Hospital Sousa Martins (hospital público localizado na Guarda) e Solidtech. Já consórcio do Mindaux teve como Project Leader o Mindaux Digital Therapeutics, enquanto os Project Partner foram, mais uma vez, o EIT Health HUB (através da Universidade do Porto), MONDAY e Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

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