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Ericsson: “Estamos focados em construir melhores redes e desbloquear novas oportunidades”

Ericsson: “Estamos focados em construir melhores redes e desbloquear novas oportunidades”

A Ericsson realizou um evento em Lisboa para clientes e parceiros onde se focou no poder transformador do 5G na sociedade

A Ericsson realizou esta quarta-feira (20 de novembro) o evento Imagine Live 2024 na cidade de Lisboa e juntou os clientes e parceiros num evento único para “falar de 5G e do futuro”.

Juan Olivera, CEO da Ericsson Portugal, abriu o evento e explicou que a Ericsson quer “partilhar como podemos construir com o poder transformador da tecnologia e perceber – em conjunto com os participantes – o que é que a tecnologia pode trazer para o país”.

5G é o futuro. A Ericsson é o líder mundial da tecnologia 5G, estamos presentes em mais de 180 países e mais de 150 anos de história”, afirma Juan Olivera. Estamos num momento importante, uma vez que “é preciso decidir o que queremos para o futuro, o que é que Portugal quer ser no futuro”.

Diego Martínez, Presidente da Ericsson Ibéria, que está há pouco tempo no cargo, relembrou que, ao longo da história da empresa, a Ericsson tem definido standards. “A Europa tem um plano claro para fortalecer a competitividade europeia. Na mesma linha, a conectividade tem um papel importante”, explicou Martínez. “Estamos focados em construir melhores redes, desbloquear novas oportunidades e dar mais força ao ecossistema”, acrescentou.

5G, o motor da digitalização

Sandra Maximiano, Presidente da ANACOM, fez a abertura institucional do Imagine Live e relembrou que o 5G permite um maior controlo dos dispositivos, maior diversidade das soluções disponíveis e uma melhoria na rede. “O 5G é, sem dúvida, um motor de digitalização. É um facto incontornável, é uma tecnologia superior e traz grandes benefícios, tanto para os consumidores como para as empresas”, afirmou.

O impacto económico é muito grande”, diz Sandra Maximiano. Em Portugal, há dois grandes projetos no 5G – um na área da saúde e outro na área rural – que representa um investimento na ordem dos nove milhões de euros.

Atualmente, já temos muitos casos de 5G em desenvolvimento e vamos ter muitos mais no futuro”, explicou Sandra Maximiano. Na área da saúde, a tecnologia “está a mudar a forma como se interage com os pacientes, principalmente para trazer cuidados de saúde avançados a pacientes remotos, acompanhar sinais vitais em tempo real e a utilização de robôs para realizar cirurgias remotas”, exemplificou.

Mas a utilização do 5G não fica pela saúde. Sandra Maximiano deu o exemplo da Marinha que está a utilizar a mais recente tecnologia de rede móvel para melhorar as suas operações de resgate e salvamento.

No setor de logística, o 5G “traz uma capacidade de prevenção preditiva que permite impedir paragens que não estavam previstas e melhorar a eficiência. No Porto de Sines, o 5G está a conectar diferentes intervenientes”.

Sandra Maximiano refere, no entanto, que há três grandes desafios que Portugal tem de endereçar. Primeiro, “é preciso garantir que o 5G chega a todo o país, principalmente nas zonas rurais”. De acordo com os dados da ANACOM, no terceiro trimestre de 2024 já existiam estações de 5G em todos os concelhos do país e em mais de 90% das freguesias.

Outro desafio é “a segurança das redes, temos de acautelar setores críticos e muito sensíveis”. Assim, é preciso garantir a fiabilidade e confiança das redes nos setores mais críticos como o setor de energia e de transportes.

O último dos grandes desafios mencionados por Sandra Maximiano é a formação. “O grande desafio é conseguir recrutar tão velozmente quanto estes recursos saem das organizações; é preciso reter. Não há uma solução única, mas temos de dar incentivos e ter consciência que é preciso uma grande mudança cultural do nosso país para fazer mais e melhor em menos tempo”, explicou, acrescentando que “só com isso é que vamos conseguir reter o melhor talento”.

Melhorar a competitividade

Ivan Rejon, Head of Government & Policy Advocacy and Strategy da Ericsson, começou a sua apresentação por dizer que “estamos num momento crítico para a Europa”. Na sua apresentação – “Melhorar a vantagem competitiva da Europa e garantir a futura liderança tecnológica” – Rejon explicou que “precisamos de um novo acordo para o mobile”. A realidade hoje é que a Europa está atrás da implementação de 5G. Espera-se que até 2030, metade da população da Europa esteja coberta por 5G stand-alone de banda média.

Na visão da Ericsson, é preciso incentivar o investimento na implementação de 5G transformador e seguro, assegurar as fundações da conectividade futura da 5G e, também, promover a inclusão digital e conectividade de confiança

No caso português, o país está em linha com o resto da Europa em termos de adoção da tecnologia 5G, mas está atrás de países maiores, como a China e os Estados Unidos. Para Ivan Rejon, Portugal pode liderar em termos de 5G transformadora com quatro passos: diminuir o gap de investimento em conectividade com ajudas públicas; aumentar o tempo das licenças de espectro; eliminar as dúvidas para decisões de investimento em redes à prova do futuro; e, por fim, utilizar as entidades públicas como aceleradores de procura para a conectividade.

Rejon explica que o investimento em 5G nas zonas rurais tem “um impacto socioeconómico positivo”. Em Espanha, o governo está a apoiar o investimento em 5G nas zonas rurais, o que vai colocar o país numa das posições cimeiras em termos de adoção de 5G.

Para Ivan Rejon, as entidades públicas são importantes para a adoção de 5G, uma vez que podem ser um acelerador da procura pela tecnologia através da implementação de novas tecnologias potenciadas pela tecnologia 5G. “De acordo com as nossas estimativas, um terço das potenciais receitas para as operadoras podem vir dos serviços públicos”, concluiu o executivo da Ericsson.

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