Indra desenvolve solução analítica para Smart Cities

O projecto europeu Decumanus liderado pela Indra, uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia, completou o desenvolvimento de serviços analíticos de nova geração baseados fundamentalmente em imagens de satélite que visam melhorar a qualidade de vida e mitigar os efeitos das alterações climáticas nas cidades.

Esta tecnologia permite que Administrações Públicas, empresas e cidadãos acedam a informação sobre eficiência energética, clima urbano, qualidade do ar, impacto sobre a saúde de diferentes variáveis, indicadores de qualidade da água, uso do solo e variações no volume da população.

Entre as suas muitas possibilidades, a inteligência que aporta um sistema deste tipo permitirá detetar, por exemplo edifícios com baixa eficiência energética, calcular o custo e poupança que implicaria a sua reabilitação; detetar as zonas com pior qualidade do ar ou as que registam temperaturas mais elevadas, conhecer as causas e estudar soluções; identificar potenciais problemas de saúde relacionados com aspetos climáticos ou da qualidade do ar; conhecer os serviços de que beneficia cada bairro e se a ligação de umas zonas com outras é a adequada; ou monitorizar as alterações na população para saber se as infraestruturas e serviços de que dispõe são os adequados.

Para desenvolver esta ferramenta, a empresa combinou de forma inovadora o uso de tecnologias de Observação da Terra, Internet of Things, Big Data e Data Analytics. Dados provenientes de satélites e redes de sensores distribuídas pela cidade integram-se com a informação transmitida por outras fontes, como cadastros, estatísticas de organismos oficiais, ou redes sociais.

A exploração inteligente de todos os dados permite conhecer a evolução de parâmetros ambientais e da qualidade de vida em cada bairro, rua e edifício de uma cidade. Este grau de detalhe ajudará os Serviços a cumprirem com as diretivas europeias e a legislação aplicável à mitigação e adaptação das alterações climáticas, ajudando-os no desenho de políticas eficazes. Permite ainda realizar simulações para conhecer os efeitos que implica a colocação em serviço de uma política ou medida concreta. Deste modo, é possível quantificar o seu efeito, informar o cidadão e consciencializá-lo da necessidade da sua implementação.

Em função da sua localização geográfica, o aquecimento global do planeta traduz-se para as cidades em trovoadas mais frequentes, aumento do nível do mar, secas mais prolongadas, vagas de calor mais intensas ou fortes subidas dos rios no inverno.

Para mitigar os seus efeitos, as cidades devem reduzir as emissões de CO2, melhorar a sua eficiência energética, monitorizar a qualidade do ar e introduzir políticas que lhes permitam ser mais sustentáveis e garantir o bem-estar dos seus habitantes.

Estas melhorias terão um grande impacto ambiental, tendo em conta que metade da população mundial vive em cidades, onde se gera grande parte do PIB mundial e das emissões de CO2.

Mais de 90 indicadores diferentes

• Clima urbano: oferecem dados sobre precipitação, temperatura, vagas de calor, vento ou conforto térmico, entre outros aspetos.



• Qualidade do ar: podem-se monitorizar os níveis de dióxido de enxofre (SO2), Dióxido de Nitrogénio (NO2), Monóxido de Nitrogénio, Ozono ou partículas de matéria em suspensão.



• Impacto na saúde do cidadão: prestam informação sobre potenciais efeitos na saúde de alterações em indicadores climáticos ou da qualidade do ar.



• Controlo da eficiência energética: permite identificar os edifícios que perdem calor, as zonas nas quais se emitem mais luzes ou se consome mais energia. Cruzando estes dados com os das características dos imóveis podem determinar-se as causas, calcular os custos que implica a sua reforma, as poupanças que implica e a revalorização da zona e imóveis.



• Uso do solo: transmite dados sobre a distribuição de edifícios, zonas verdes, localização de árvores, etc.



• Impacto na população: analisa como seriam afectadas as diferentes áreas da cidade perante inundações ou aumentos do nível do mar.



• Qualidade da água: proporciona dados sobre temperatura da superfície, presença de hidrocarbonetos, turbidez, quantidade de matéria orgânica ou clorofila de lâminas de águas em meios urbanos.